26.7.12

Dar graças.


Bon Iver, Stacks (ao vivo no Coliseu do Porto, Portugal, 2012)

Venha quem vier, ninguém me abala o espírito de que existem coisas pelas quais esperámos muito tempo, e que, quando chegam, chegam cheias de graça.
.

22.7.12

Je n'envie personne



"Je ne rêve d'une vie qui ne soit faite que de premières amours et d'amours durables. Je veux l'impossible, je le sais. Je n'envie personne, et quand je vois des amoureux je songe moins à moi, à ce que j'étais, qu'à eux-mêmes et ce qu'ils deviendront."

ps- ando a aprender francês.

(excertos do filme L'amour l'après-midi de Eric Rhomer,1972 )

.

18.7.12

Let's get depressed big time

Habituamo-nos a não escrever sobre as vitórias. Habituamo-nos a escrever sobre as derrotas.
Somos, infelizmente, habituados.

.

9.7.12

One day we'll reveal the truth


Daughter- Youth.

Shadows settle on the place, that you left
Our minds are troubled by the emptiness
Destroy the middle, it's a waste of time
From the perfect start to the finish line

And if you're still breathing, you're the lucky ones
'Cause most of us are heaving through corrupted lungs
Setting fire to our insides for fun
Collecting names of the lovers that went wrong
The lovers that went wrong

We are the reckless
We are the youth
Chasing visions of our futures
One day we'll reveal the truth
That one will die before he gets there

And if you're still bleeding, you're the lucky ones
'Cause most of our feelings, they are dead and they are gone
We're setting fire to our insides for fun
Collecting pictures from the flood that wrecked our home
It was a flood that wrecked this...

And you caused it
And you caused it
And you caused it

Well I've lost it all, I'm just a silouhette
A lifeless face that you'll soon forget
My eyes are damp from the words you left
Ringing in my head, when you broke my chest
Ringing in my head, when you broke my chest

And if you're in love, then you are the lucky one
'Cause most of us are bitter over someone
Setting fire to our insides for fun
To distract our hearts from ever missing them
But I'm forever missing him

And you caused it
And you caused it
And you caused it

29.6.12

Um Blackbird nº2



Cameron Mitchell, Blackbird (cover)

Fotografia muito minha.

.



17.6.12

Minimal lap dance


Fever Ray, Keep the streets empty for me

Novo conceito, música antiga.

(fotografia de Emilie Bjork)

.

13.6.12

La belo Helena

Dia 1-
Helena está dividida porque ele trinca os lábios com dúzias de sensualidade provocatória e é hot, hot, hot.
Helena treina lábios em casa.

Dia 5-
Helena receia bem que hot, hot, hot é mesmo hot, hot, hot.
Helena treina lábios em casa.

Dia 9-
Helena já não está dividida. Os lábios estão todos trincados da prática comum. Afinal não é assim tão hot, hot, hot.
Helena compra baton de cieiro.

.


11.6.12

Vergonha


Mal queria sair à rua com a vergonha do sonho que tive esta noite.

(fotograma do filme Shame de Steve McQueen, 2011)

.

21.5.12

Never waste my love, my time.






Já ninguém presume que o amor seja simples, directo... e a juntar à clemência, verdadeiro. Isto porque teimamos em não aprender que o começo não pode ficar-se pelo fim. É que Kaurismaki é o puro dos mais puros em mostrar que o descalabro em conjunto une um amor que se prometeu em palavras eternas mas espaçadas de breves segundos (ou não fossem os personagens do realizador trôpegos, mas não mudos nem gagos, nunca gagos). Demorei a entender que é isso o que mais me choca em Ariel e nos consequentes filmes de Kaurismaki (que, já entendemos, ele conta sempre a mesma história nos seus filmes). É que o realizador assume tudo à primeira palavra, os seus personagens não questionam, actuam. Oh, como actuam! E a vida acontece-lhes; não uma vida qualquer de um documentário. Uma vida de Rock and Roll, de roubos, navalhas e tiros. Pouco sangue, poucas lágrimas, não há desperdícios. Como se sabe, não se desperdiça o amor. Não se desperdiça o tempo de amar, a película é cara, a vida também.

(fotogramas do filme Ariel, de Aki Kaurismaki, 1988)
.

14.5.12

Eleanor Friedberger



Eleanor Friedberg, I won't fall apart on you tonight.

Hoje vamos à menina nos Bois, vamos pois.

.

9.5.12

IndieLisboa'12 (réplica nº1)

Acabou. Estou desempregada.
(vá, ainda tenho um relatório para fazer)


.

IndieLisboa'12

Há quem tenha ido mais ao cinema do que eu...

.

27.4.12



São poucas, muito poucas, as pessoas que medem o teu choro pela dilatação das tuas pupilas.
(fotografia da casa)
.

22.4.12

TABU, de Miguel Gomes





Salve Rainha, e eu não chorei em TABU ou...
"A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas."
Não fosse TABU uma oração e eu não iria adormecer hoje de mãos juntas na frente do peito.
...mas juro que hoje... só não queria rezar mais...

Btw, o filme teria todo o potencial para me fazer escrever desalmadamente sobre Lisboa Vs Eu Vs Portugal Vs Mundo Vs Amor- Cinema... mas tenho que trabalhar amanhã muito cedo... como já devem ter entendido, há todo um IndieLisboa a rebentar!


16.4.12

Kaurismäki-rock-amor







Já uma vez dediquei todo o meu amor ao amor pelo rock do Kaurimäski. Mas saber que ele não me desaponta nunca, é coisa para muito mais que amor. É coisa para amor, amor. Daquele amor pelo som que enche, está cheio, mas esvazia tanto. O amor-Kaurismäki, entendem?

Excerto do filme Le Havre, a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos.Mesmo sendo este Kaurismäki mais optimista que um grande ramos de flores artificiais, daquelas mesmo grande e viscosas e "plásticas".

.

6.4.12

Diário de um louco. Ninguém diria...



"Oh, a mulher é criatura pérfida! Só agora compreendi o que é a mulher. Ninguém, até hoje, conseguiu perceber por quem se apaixona a mulher; fui eu o primeiro a descobri-lo. A mulher apaixona-se pelo Diabo. Sim, falo a sério. Os físicos só escrevem disparates, que ela é isto, que ela é aquilo... mas ela só gosta do Diabo. Olhai para ela, na frisa, a apontar o lornhão. Pensareis que está a olhar para aquele gordo de estrela ao peito? Nada disso, olha para o Diabo que está atrás das costas do gordo. Eis que agora o Diabo se esconde debaixo da casaca deste. Ei-lo a acenar à senhora com um dedo! E ela casará com ele. Casará de certeza."

in Diário de Um Louco de Nikolai Gógol.

2.4.12

The spirit is gone


Também eu tentei viver agarrada a este desgosto. 
Mas é oficial...
Acabou.
Oremos.
Graças a Deus.





(fotografia de Katherine Squier)

.

29.3.12

For those who think dead will bring some comfort


Wye Oak, Two Small Deaths


I'm saving up all my strength
for when I finally fail
at keeping you safe









.

18.3.12

Meia flor de boca morna


É possível que os ramos se tenham tornado espessos demais. Que enquanto toca no seio direito, leve à boca o sabor de um amargo caule das silvas. Mas das pedras mártires da noite, sobram selvagens e negros os coitos interrompidos por acidentes automóveis. Onde atar-lhe o corpo não lhe é suficiente para abafar o choque e o ramo entre as pernas não lhe segura o desejo. Onde o corpo se cheira a flores de uma tristeza Maria. Mas é o cheiro do alcatrão numa noite sem mais seios, é o cheiro de um doce sofrido. O cheiro do movimento perpétuo. Aliás, pela primeira vez entendemos que o corpo sofre; o corpo não, os pés, as pernas, a cara, o pescoço, o tronco e as mãos. E fazem coisas horríveis, que o corpo diz muito mais que uma mentira. Que o corpo é um tal nervo de duras e imprecisas reacções que não o controlamos nem a interruptores de luz. Se eu pudesse, teria corrido a atar-te o corpo. Impedir-te-ia de te mostrares. Seriam as folhas de Carvalho a impedir-te a boca. Uma meia boca morna de violência ganha. Não foi pelo contrato que assumimos, foi pelas flores que comemos.

(fotografia de Marija Kovač)
.



15.3.12

Une catastrophe




Une catastrophe, Jean-Luc Godard, 2008 (filme/trailer encomendado pela Viennale a JLG)

Amor, daqui o que é que nos falta aprender?


.

12.3.12


Pudesse eu atar-lhe o corpo.

Que o corpo diz muito mais do que uma mentira.

.

6.3.12

Viver em Lisboa tem o seu quê... quê?

Pois a malta vai ver a bola. Benfica-Porto. Tudo ferve. Mas amigo, para todo o sempre a descompostura intelectual permanecerá intacta se fores ver o tal dito jogo de futebol à tasca intelectual da cidade (o Estádio, pronto, está dito o nome), onde podes ser presenteado com o seguinte comentário do individuo barbudo da mesa ao lado; e passo a citar: "Este Garay é no futebol como o García Lorca na literatura!".

Quê?????

.

25.2.12

Os meus amores negros



James Blake, A case of you (Joni Mitchell cover)


Just before our love got lost, you said
"I am as constant as a northern star"
And I said "Constantly in the darkness
Where's that at?
If you want me I'll be at the bar."

On the back of a cartoon coaster
In the blue Tv screen light
I drew a map of Canada
Oh Canada
With your face sketched on it twice
Oh you're in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet

Oh I could drink a case of you darling
Still I'd be on my feet
Oh I would still be on my feet

Oh I am a lonely painter
I live in a box of paints
I'm frightened by the devil
And I'm drawn to those that ain't afraid

I remember that time you told me
"Love is touching souls"
Surely you touched mine
'Cause part of you pours out of me
In these lines from time to time
Oh, you're in my blood, you're holy wine
You taste so bitter and so sweet

Oh I could drink a case of you darling
And I would still be on my feet
I would still be on my feet

I met a woman
She had a mouth like yours
She knew your life
She knew your devils and your deeds
And she said
"Go to him, stay with him if you can
But be prepared to bleed"

Oh but you are in my blood
You're my holy wine
You're so bitter, bitter and so sweet

I could drink a case of you darling
Still I'd be on my feet
I would still be on my feet

(oremos)

.

23.2.12

Rosas, rosas, rosas

Acordou-a com um beijo nas costas, num quente que toca o algodão rosa. De todos os rosas o que lhe apetecia era pele. Dela. Sem misturas de verdades, era intencional. Acordou de barriga para baixo, sentiu-lhe o beijo rosado. Acordar já não era problemático até que as costas eram nuas: -Dormiste de soutien. Desapertou-lho. Beijou pele. Rosas, rosas, rosas.

.

22.2.12

Os meus heróis negros



O importante era saber a quem pertencia ele, quantos poderes das trevas o reclamavam como seu. Era esta a reflexão que nos causava calafrios. Era impossível- e também nada benéfico para uma pessoa- tentar imaginá-lo. Ele ocupara um lugar proeminente entre os demónios (...)

(...) da força e dos manicómios, como poderiam imaginar a que especial região das primeiras eras os pés livres de um homem podem conduzi-lo pelo caminho da solidão- da solidão absoluta (...) - pelo caminho do silêncio- do silêncio absoluto (...)

Quando desaparece temos que recorrer à nossa própria força inata, à nossa própria capacidade de fidelidade. Claro que podemos ser idiotas ao ponto de errarmos, demasiado estúpidos até, para sabermos que estamos a ser atacados pelas forças das trevas. Admito que nenhum idiota negociou, jamais, a venda da sua alma ao diabo: ou o idiota é demasiado idiota, ou o diabo é demasiado diabólico (...)


Joseph Conrad, O Coração das Trevas, 1902.


.

28.1.12

Fui atacada por uma terrível sensação de quilómetros (réplica nº1)



二階堂和美 - 女はつらいよ
Nikaido Kazumi- Onna wa tsuraiyo
Nikaido Kazumi- Uma mulher a tentar (a tradução deve ser algo como isto)


Pode parecer que não faz sentido, mas faz todo. E não se desiste à primeira desta música. Primeiro estranha-se, depois entranha-se, e muito.


.

Fui atacada por uma terrível sensação de quilómetros


Fotografia minha em plena avenida paulista.

.

26.1.12

APLAUSOS!!

Hoje enfrentei a Mãe do Touro pelos cornos.

.

24.1.12

Love, love, love, love,

Girls- Just a Song



A surpresa é que as dicotomias nunca estiveram tão presentes: "It seems like nobody's happy now, It feels like nobody's happy now"; "Keep me up, keep me down, Keep my feet on the ground". Mas o problema é que ninguém nos ensinou a suster a respiração: "Love, love, love, love, It's just a song".
E parece-nos que é uma questão imparcial; mas é altamente parcial.

.

22.1.12

As listas Tchapamm

Em Janeiro de cada ano a blogosfera "reúne-se" para dar continuidade à tradição de fazer listas magníficas dos melhores filmes do ano. Como sou incapaz de juntar o Midnight in Paris e o Restless numa lista, resta-me ser visionária e superar a altruísta tarefa da classificação do Cinema em dezenas. Por todos estes importantíssimos dados e por continuar a querer honrar a blogosfera decidi reinventar o rigor das listas e eleger os melhores FOTOGRAMAS do ano. Han? Han? Han? 

Aqui vão eles:


Tchapamm!


Tchapamm!


Tchapamm!


Tchapamm!


Tchapamm!!

(Fotogramas do filme Angèle et Tony, Alix Delaporte, 2011)


.