Prefiro mil vezes a consciência de que a nossa vida não é um drama (e portanto muito, muito aborrecida); que verdadeiramente e veementemente acreditarmos que se vive na maior tragédia à face da terra. Todos gostamos de espadas e corpos dilacerados. Eu também. Quantas vezes aqui afirmei que te queria cortar aos pedaços e meter-te no congelador? Umas quantas. Tudo verdade; sou a primeira a atirar-me a pedra (olha eu a levantar a mão direita que segura uma pedra até cima da minha cabeça e a deixá-la cair... pumbas!). Mas quem chega até mim com as suas espadas e seringas (e às vezes há quem venha com analgésicos; depende da geração), vê logo que sou mentirosa. A mim não me apetece cortar ninguém. Muito menos a ti (por exemplo, este "ti" podia ser do drama, mas não é). E sou assim. Porque na verdade há muita pouca ciência (ou paciência, que também ficava aqui bem, mas não quero ir por aí e nem seria bem assim) no drama. E entre ciência e arte, eu escolho a ciência. É que dá-se um dia em que percebemos que "ser da arte" não é usar o sangue como tinta; mas descobrir a equação química que converte as propriedades da hemoglobina numa tinta infinita.
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5 comentários:
gosto disto, muito. e dos lugares, abaixo. da tua estética. sei lá, é tudo muito verdade
isto agora fez muito sentido..fez mesmo
Sofia, deixas-me sempre ainda mais pequenina. Obrigada, muito! Tens nome mas és muito anónima e gosto quando "sais da caixa".*
Mariana, estamos em sintonia, então. Beijinho
ainda de volta disto:
""ser da arte" não é usar o sangue como tinta; mas descobrir a equação química que converte as propriedades da hemoglobina numa tinta infinita."
porque as coisas mais belas são as utópicas :)
film-m k,
andaremos sempre de volta disso mesmo! e ainda bem! :)*
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