O importante era saber a quem pertencia ele, quantos poderes das trevas o reclamavam como seu. Era esta a reflexão que nos causava calafrios. Era impossível- e também nada benéfico para uma pessoa- tentar imaginá-lo. Ele ocupara um lugar proeminente entre os demónios (...)
(...) da força e dos manicómios, como poderiam imaginar a que especial região das primeiras eras os pés livres de um homem podem conduzi-lo pelo caminho da solidão- da solidão absoluta (...) - pelo caminho do silêncio- do silêncio absoluto (...)
Quando desaparece temos que recorrer à nossa própria força inata, à nossa própria capacidade de fidelidade. Claro que podemos ser idiotas ao ponto de errarmos, demasiado estúpidos até, para sabermos que estamos a ser atacados pelas forças das trevas. Admito que nenhum idiota negociou, jamais, a venda da sua alma ao diabo: ou o idiota é demasiado idiota, ou o diabo é demasiado diabólico (...)
Joseph Conrad, O Coração das Trevas, 1902.
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