30.11.09

Ela ri-se, ri-se, ri-se.



Ouve-se o suor das suas mãos a pungir a arma. Ela pressente-o. Foi aí que correu por toda a casa. Os seus pés frios tropeçavam na palidez dos azulejos do chão e não tinham mais caminho para andar. Ela corre, procura-o mas não o encontra.
Ele - Aqui.
Ela desacelera o passo até ao encontro da voz, ela desacelera o coração, ela anula o ritmo cardíaco.
Ela - Eu quero sair.
Ele - Não
Ela corre para a janela. Despe-se de um trago, solta as cortinas, abre as janelas. Dança, dança, dança. Ele corre e impede-a. Arrasta-a até à cadeira, senta-a de golpe. Encosta-lhe a arma à garganta.
Ele - Diz-me, que crime queremos cometer? Diz! Anda…de que é que queremos ser acusados?
Ela ri-se, ri-se, ri-se.


Fotografia de Annete Persson
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