Passados alguns dias do final do festival já consigo dar um lamiré do que se passou. Até agora foi-me impossível escrever o que quer que fosse, pois ainda tinha os ouvidos a silvar de tanta lascívia musical. Andei a desfragmentar-me por algumas salas de Barcelona, acho que ainda não estou inteira, mas sabe-me tão bem.
Não consigo definir qual foi o melhor concerto, tenho Woods e Beach House empatados. Segue-se Devendra Banhart e depois, com grande surpresa minha Standstill. Vi Beach House duas vezes e embora o som estivesse relativamente melhor no segundo concerto, a verdade é que o primeiro concerto na pequena sala do Sidecar me tocou especialmente. Estava muito perto do palco e via perfeitamente a Victoria Legrand que não é simplesmente uma mulher, mas sim uma mulher. É impossível não a fixarmos o concerto inteiro, tentar prever os seus trejeitos, esperar que nos olhe e simplesmente nos mate. Doce morte. Impressionante. Woods são uns executantes perfeitos. Não fogem um acorde áquilo que estamos à espera e ouvimos em álbum. Surpreendem pela sua capacidade musical, são capazes de prolongar uma melodia eternamente boa e ali ficamos com eles a vibrar o corpo. Devendra é Devendra. Nunca o tinha visto e não estava à espera de menos. Fez a sua parte, foi “rockalheiro” para animar a malta e fez uma cara tímida quando gritámos “Santa Maria da Feira”, mas não a cantou, claro (não tivesse ele andado enrolado com uma das Cocorosie que também me negaram uma música em Madrid… tudo farinha do mesmo saco). Enfim. Seguimos para Standstill e suspiro. Foi o último concerto do festival e sim senhor, os espanhóis foram bons. O concerto ganhou porque criou-se um ambiente muito especial à volta de Standstill. Estavam a tocar “em casa”, trouxeram quartetos de cordas, trompetes e trombones. Foi a rebaldaria. Toda esta ousadia misturada com a indescritível gentileza dos elementos da banda. Muito especial.
Não me quero alongar muito sobre não ter visto Scout Niblett. Ainda estou escaldada. A sala Monasterio é demasiado pequena para ela. Fomos com bastante antecedência e não conseguimos entrar. Fui beber champagne para não pensar.
Desculpem-me os amantes de Marissa Nadler, mas não.
O vocalista de Cass McCombs cravou-me um cigarro. Tive que lhe agradecer o concerto, senão ficava mal.
Bem, o resto conto-vos ao ouvido.
I’m a groupie but that’s ok:
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4 comentários:
Já escreves para o BLITZ?!
Ahaha...o Blitz é mesmo uma cena da tua geração! Escrevo para ti meu bem.
Beijo no elevador
Que se passou com a Marissa?
Menina Limão,
não estava com pachorra nenhuma para a Marissa e para a música dela. Foi o que se passou. Não fluiu.
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