29.11.10

Dizer de boca



- Sabe, o meu pai não é homem para escrever. Assinava o seu nome tão bem como qualquer outro e até lambia o lápis. Mas cartas, nunca escreveu. Dizia muitas vezes que aquilo que se não podia dizer de boca, também não valia a pena pôr no papel.


em As Vinhas da Ira de Jhon Steinbeck

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5 comentários:

Menina Limão disse...

:)


(livro eternamente adiado; filme idem)

Annie disse...

eu prometi a mim própria que só via o filme depois de ler o livro. estou a aguentar-me.

Menina Limão disse...

same here. :)

Mónica disse...

hmmm john n é bem assim, há coisas q mais vale dizer por escrito, a escrita lima as arestas da lingua

Annie disse...

Atenção porque o senhor John é quem escreve (mete por escrito). Ele sabe o que escreve. E esta ideia da urgência de falar em detrimento de escrever é várias vezes apontada ao longo do livro.
A escrita lima as arestas da língua, isso parece-me bonito. Por agora, dizer de boca tem que ver com o verdadeiro fulgor do pensamento. Da urgência do sentimento. E para já, isto parece-me sublime. Depois, o resto, logo se verá.
:)