1.12.10

Quadros, quadrículas, histórias e(m) potência(s)









Aqui estou eu entregue ao desespero da matemática. São demasiadas as geometrias, as linhas, o vertical e o horizontal como a revelação do bem e do mal. No final, já não há certo nem errado. Só há uma infindável lista de ses. Tantos ses, que para além de se reproduzirem no inconsciente subdividido do espectador, estão, ainda, dentro da própria imagem. Janelas, esquadrias, portas, cordas, rectângulos... infinitos rectângulos. Infinitas possibilidades dentro de regras que já sabemos que foram quebradas. E só o sabemos porque o fora de campo é tramado. Porque Mike Nichols é um filho da mãe e nem se dá ao trabalho de nos mostrar o facto. É o seu idioma (atenção, porque eu respeito-o bastante). E ficamos com os ses; tantos, tantos quanto a matemática (leia-se: matemática para quem não a domina) nos pode torturar. Ses perversos mas exactos. Agora; quando se trata de representação pictórica, o poder do desenho é uma arma avassaladora e todos estes quadrados fazem-me pensar, obviamente, em BD. E a coisa complica-se sem que consiga explicar bem (até porque na banda desenhada a história desenha-se dentro de quadrados desenhados, topam?). Mas vou mostrar-vos. Estamos já elevados a que potência? É que eu perdi-me.




(note-se que o peso de Who's Afraid of Virginia Woolf  dura uma noite num filme de 130'. Em Sleepwalk bastam-nos, por agora, 6 rectângulos.)


Fotogramas do filme Who's Afraid of Virginia Woolf de Mike Nichols, 1966
Excerto do livro Sleepwalk: and other Stories de Adrian Tomine

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2 comentários:

betânia liberato disse...

caneco, Who's Afraid of Virginia Woolf é um filme tão fdp! não dá para gostar porque parece mal, no entanto, é tão bom.

word: ovula

andas a ovular, amor?

Annie disse...

passarinho,
ovulo de vez em quando.
O filme é maléfico até dizer chega; mas e força para falar a meio? Impossível. Que maravilha!
Beijos nos teus óvulos.