11.12.11

E o começo tem vários fins.


Cinema São Jorge, Lisboa.

E agora que estou quase no fim só me apetece pensar no começo: quando as masmorras do Cinema São Jorge eram casa. Quando os projeccionistas diziam com as bobines nas mãos: "Venha Annie. Acabei de o montar e vou projectar o filme agora". Eu largava os meus problemas do cinema português e subia ainda mais as masmorras. Entrava na sala fria e escura e o som inspirava-me a película num feixe de luz. Este foi o começo da minha fascinação pela cabine, pela sala escura, pelo que vem antes. Pelo esforço de colocar aquele filme naquela bobine.
É engraçado... porque isto não foi há muito tempo... E em breve termina mais uma etapa da menina emigrante que, embora muitas vezes tenha que abandonar a sala de cinema  porque há outras e outras coisas relacionadas com Cinema que têm que se resolver com urgência, mas, que ainda assim, espera sempre os 3 primeiros minutos de filme na sala de cinema. A menina que olha a cara do projeccionista. Que lhe agradece sempre a magia de me dar o olhar daquele feixe de luz. 

(A fotografia é minha)
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