18.6.10

Transpirar fundo




Não posso negar que não me tenhas influenciado a semana, o mês, o ano.

Slavoj Žižek transpirou-se (como se pode ver pela fotografia), literalmente, no ardente auditório do Instituto Francês de Barcelona. O tema era "O que se passou com a verdade? O que se passou com a revolução?" e o filósofo fez-me as delícias ao começar o tema com cinema: Charlie Chaplin, e a percepção sonora através do corpo. Como ouvimos os movimentos? Como se dá essa pequena revolução de verdade? Tumbas. Cartas lançadas para o que seriam duas horas extraordinárias de uma consciência mordaz do que é este nosso cosmos político, social e cultural. A palavra chave foi "cinismo" e aí doeu onde tinha de doer. Falou-nos das mentiras que toleramos e alimentamos; numa fetichista transposição de verdades. Slavoj ganha pelo trejeito nervoso e pelas palavras simples como apenas os grandes sabem fazer. Ouvia-o durante horas e horas. Para terminar este post mais uma nota fílmica de Slavoj: Para se fazer a revolução há muito que entender Fight Club de David Fincher (1999), na cena reveladora em que antes de bater no patrão, tens que te esmurrar a ti próprio.
Tudo a revolucionar-se, por favor. E não ler "tem que começar por ti", ler "tem que começar por mim".

A fotografia foi retirada do arquivo do el País online.

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2 comentários:

film-m k disse...

que inveja - perdi-o quando veio a portugal, mas vá, a mim tb me passa tudo ao lado :o)

boa sorte para as mudanças a que te referes no primeiro post (de hoje)

Annie disse...

Ui, (aqui gostaria de escrever o teu nome, mas não o sei...para te fazer sentir que perdeste mesmo uma coisa importante).

Foi muito muito boa a conferência.

(obrigada quanto às mudanças, o ambiente por estes lados está meio afectado... aguardo momentos mais slavojianos)